Alguns autores, ao lançarem suas obras, querem mudar o próprio nome, tirar o sobrenome, encurtar o primeiro nome ou pensam “não quer que saibam que vou publicar este livro”.
Quando a identidade do autor nunca é revelada, ou seja, ele usa um pseudônimo, sua carreira como autor tem algumas interferências. Por isso, é essencial saber qual a melhor forma de utilizá-lo.
Para começar, você precisa saber:
Diferenças entre pseudônimo e nome artístico
O pseudônimo é um nome falso, criado para substituir e esconder o autor na hora de assinar as obras. Sua identidade não é revelada em nenhum momento. Nenhum leitor saberá qual seu nome verdadeiro, seu rosto e sua história.
Já o nome artístico não esconde a real imagem do artista. Autores com nome artístico aparecem, mostram sua personalidade e compartilham sua vida, apenas alteram o nome.
O nome pode ser variação do nome verdadeiro do artista, ou criação completamente diferente, que possuem maior apelo e, por isso, será facilmente lembrado na mídia. No caso das duplas musicais, por exemplo, muitos mudam seus nomes para que fiquem mais sonoros.
Autores famosos que já usaram pseudônimo
Alguns autores que são conhecidos no meio da literatura já chegaram a usar pseudônimo em algum momento da carreira, entre eles:
- Agatha Christie assinou seis romances de época com o pseudônimo de Mary Westmacott;
- Currer, Ellis e Acton Bell, autores de Poemas (1846), são na verdade Charlotte, Emily e Anne Brontë;
- Stephen King publicou Fúria (1977), A longa marcha (1979), A auto-estrada (1981), O concorrente (1982) e A Maldição do Cigano (1984) como Richard Bachman;
- Daniel Handler lançou treze livros de Desventuras em Série sob o pseudônimo Lemony Snicket;
- Clarice Lispector usou os pseudônimos Helena Palmer e Teresa Quadros.
Motivos que levam os autores a utilizarem pseudônimo
Geralmente, os artistas que usam um pseudônimo possuem motivos bem específicos para tomar essa decisão tão significativa na carreira. Eles podem estar relacionados com a vida pessoal, problemas jurídicos, questões familiares, razões profissionais, religiosas, entre outros.
Saiba mais detalhes sobre alguns desses motivos:
Separação da vida profissional
Razões profissionais costumam ter grande influência nessa escolha. Por exemplo, um advogado que tem o sonho de publicar um livro erótico ou um engenheiro que deseja escrever crônicas infantis talvez não queira associas as duas carreiras. São dois universos diferentes de uma mesma pessoa.
O medo de que os chefes vigiem os funcionários fora do ambiente de trabalho ou o desejo por “zelar pela reputação” podem fazer com que o escritor adote um pseudônimo.
Razões políticas
Escolher não revelar o nome verdadeiro pode ser necessário em casos de “proteção” por motivos políticos.
Dependendo do lugar onde a pessoa vive, ter sua identidade verdadeira associada a um livro com uma visão antigovernamental, por exemplo, pode ser um problema. Então, o autor decide não se expor para evitar críticas e possíveis problemas futuros.
Nesse caso, o pseudônimo, por ser protegido por lei, é uma opção.
Questões religiosas
Para seguir na comunidade religiosa sem deixar de realizar o sonho da escrita, alguns autores optam pelo pseudônimo, já que algumas religiões têm proibições e regras próprias.
Então antes de publicar determinados gêneros e de se expor, o autor toma essa decisão.
Quando NÃO optar pelo pseudônimo?
Além dessas questões onde o pseudônimo pode ser utilizado, em outras situações, eu e minha equipe não aconselhamos o uso, já que pode atrapalhar a divulgação da obra e a carreira do escritor.
Um exemplo de quando não usar é: quando o autor acha que o pseudônimo chamará atenção do público e da mídia, até porque, de qualquer maneira, será uma nova identidade que ainda não é conhecida, então não chamará mais atenção.
A insegurança ou medo de publicar um livro também não são motivos para a criação de um pseudônimo. Uma dica é trabalhar essa questão para os pensamentos limitantes não privarem a sua identidade de autor.
Qual a melhor forma de usar pseudônimo para lançar meu livro?
Mesmo com as desvantagens, caso o escritor queira mesmo utilizar um pseudônimo, o recomendado é construir uma grande e boa estratégia de marketing para compensar a sua real imagem que não vai aparecer.
Até porque as pessoas se conectam com pessoas. Os leitores e internautas estão interessados em histórias, detalhes e identificação. Mas quem está por trás do pseudônimo? Dependendo da situação, até tem como revelar algumas informações, mas outras serão para sempre lacunas em branco…
Então, antes de qualquer coisa, pense de qual forma você irá “se mostrar”, como vai manter contato com o seu público e as melhores maneiras para divulgar a sua obra com o seu pseudônimo. Seja pelas redes sociais, eventos e pela imprensa.
Como um autor pseudônimo será entrevistado pela imprensa?
Quando chega um autor na agência que tem um pseudônimo, costuma ser mais complexo trabalhar sua imagem na imprensa, já que não há um rosto para mostrar. Aqui também entra a estratégia de marketing que já citei.
A minha grande pergunta é: você tem medo do quê? Quais motivos te levam para o pseudônimo? São as incertezas de como a sociedade reagirá diante da sua arte? Se sim, essas são crenças limitantes autoimpostas, que você precisa quebrar para ter sucesso.
Aconselho a procurar um profissional de coach e psicólogo para orientar o caminho que você deve seguir com sua carreira. Porque, pela minha experiência, no que se trata de resultados de mídia, quando mais você se expor e compartilhar sua história, mais a imprensa vai querer falar sobre você e sua obra.
Já pensou se o seu livro fizer sucesso, como vai aproveitar a sua fama?
Neste vídeo, falo sobre os impasses em torno do pseudônimo.
Sou um autor independente, posso adotar um pseudônimo?
Poder você pode, mas saiba que um pseudônimo pode te atrapalhar, já que é natural que um escritor independente precise se esforçar mais para conquistar leitores.
Afinal, é necessário se responsabilizar praticamente sozinho por cada etapa de construção da obra. Mas quando você não pode mostrar seu rosto nas redes sociais e na imprensa, por exemplo, essa etapa se torna mais difícil, pois exige um envolvimento ainda maior da sua parte com o projeto.
É preciso levar tudo em consideração ao optar por um pseudônimo, principalmente quando a intenção for criar um nome diferente para cada gênero que você quiser escrever. E não se esqueça de que, nesse caso, será necessário percorrer todo o caminho de publicação e divulgação do zero.
Preciso registrar meu pseudônimo?
Se os pseudônimos não fossem registrados, qualquer um poderia assinar com eles, e seu criador perderia a credibilidade. Assim, ao formalizar um pseudônimo, você garante o ineditismo, além da proteção da Lei, que vai assegurar — o máximo possível — sua privacidade e sigilo.
A lista de autores com pseudônimo segue nos dias de hoje, a exemplo de Bansky, pseudônimo de um artista pintor de graffiti, telas, ativista político e diretor de cinema britânico. Divulgamos seu livro para a imprensa com a LC – Agência de Comunicação.
Elena Ferrante é o pseudônimo de uma escritora italiana cuja identidade nunca foi revelada. Sua obra mais famosa é a tetralogia Série Napolitana, composta por A amiga genial, História do novo nome, História de quem vai e de quem fica e História da menina perdida.
Curso Escritores Admiráveis
Caso você esteja pensando em utilizar pseudônimo para lançar o seu livro, indico o meu curso Escritores Admiráveis, onde tenho um módulo de autoconhecimento para ajudar nesse processo de autoestima e de quebra de crenças que limitam o trabalho dos autores. O curso traz ensinamentos, dicas e informações importantes e exclusivas para você dar um salto na sua carreira de escritor da melhor maneira! Inscreva-se!