Escritor decide ficar em quarentena enquanto seus livros passeiam por aí

Da ficção à autoajuda, leve livros, amor, ensinamentos e alegria para todos nesse período que exige de todos nós muita, muita resiliência!

Já imaginou o que seríamos de nós sem os Escritores? Eu nem quero. Se voltarmos na história da literatura, vamos navegar um pouco em cada mundo, passar pelas dores, os ensinamentos, costumes, reflexões, paixões… identificar tantas semelhanças com as razões do homem moderno. Vamos até lembrar de quando um livro já teve mais valor…

Como contam as histórias do valente Alexandre, o Grande, que em suas campanhas militares não abria mão de levar três objetos: um punhal, uma caixa e dentro dela o mais precioso dos três: a Ilíada – a epopeia de Homero, que já era um texto fundamental para os gregos há muitas gerações. Esse é um dos mais antigos exemplos de um leitor extraordinário que fez da ficção o espelho da vida.

É tão gostoso falar desse elo entre o escritor e leitor que podíamos passar horas nesse encontro, podemos ter a liberdade de partir dos clássicos que nos inspiram e nos ensinam tanto – até chegar aos autores contemporâneos com novas estéticas textuais que podem hoje se comunicar com seus leitores em tantos formatos.

Imagine, foi há 200 a.C que aconteceu a invenção do papel lá na província de Henan, na China e cá estamos, em 2020 com a leitura facilitada sem precisar das folhas. Em fração de segundo, viramos a página pelo nosso Kindle. Tanta modernidade um lado, tantas incertezas do outro…

Estamos diante de um momento ruim e, sim, muito histórico. Um mundo parado para combater um vírus invisível. Ciência, religião e política buscam diferentes explicações. Neste turbilhão de informações que chegam numa velocidade que nos faz consumir mais de 30 gigabytes de informação por dia (isso é apenas um dado antigo, de 2010, imagina agora \o/) está o seu LEITOR.

Para você ESCRITOR eu sugiro dois bons caminhos, escrever, criar, deixar sua marca positiva nessa história ou se lançar mais ainda. Fique em quarentena, mas deixe seus livros saírem mais por aí. Precisamos deles!

Criar comunidades como a inteligente iniciativa do grupo Quarentena Literária, realizado pela escritora Dayane Sousa, é sim um caminho para os autores que precisam se conectar com novas possibilidades para além dos noticiários que já nos deixam sem palavras para tudo que tem acontecido.

A Pandemia, do ponto de vista econômico e de saúde, nos assusta, nos assola demais. E como bem disse Talita Camargo, proprietária da livraria do Comendador, no texto publicado pelo PublishNews, não será fácil, mas é preciso pensarmos em alternativas.

Daqui, da outra ponta, de quem trabalha para o marketing dos livros, trago para vocês escritores algumas modestas sugestões. Pois só pra lembrar, para nós do mercado nacional dos livros, criar e se reinventar é tarefa diária há muitos anos.

Na era do imperador Covid-19, vai ter escritor que fará livro novo, organizará o seu site, produzirá bons artigos, repensará a carreira, aproveitará para estudar, fará parcerias… Há quem vá deixar esse momento do isolamento pausar a carreira e tá tudo bem, são escolhas. Só que onde você quer ficar nessa história?

Na prática, deixo aqui 7 BIG IDEAS para inspirar todos nós, vendedores de livros*, a produzirmos TEXTOS DO BEM:

  1. Pode ser parecer óbvio, mas tem muita gente que sequer sabe como dá pra ler livros digitais nos grandes players do Brasil. “Preciso ter um Kindle pra ler e-book na Amazon?”, perguntou esses dias minha amiga. Sabe o que fiz? Logo passei pra ela o vídeo todo explicativo da escritora Elysanna Louzada, que fez um material com o passo a passo para as leitoras dela. Boa sacada, né? Se inspire. Temos que formar leitores!
  2. Balde de pipoca e filme é uma delícia. Mas só falar que livros são melhores do que filmes não vai tirar os maratonistas de série do sofá, não! Quanto mais falar de Netflix, mais vai lembra-lo do como é bom… ah, fala sério? É bom demais ver filmes. Mas como a gente FAZ para chamar nossos leitores? Para engatarmos na campanha super do bem, “Desculpe, Netflix. Se é pra ficar em casa, eu prefiro livros”, lançada pelos editores nacionais, eu tenho uma ideia: que tal a gente dar uns BONS MOTIVOS para tirar essa galera do sofá além de falarmos que é “melhor”? Vou trazer um para te inspirar. Fale que em tempos de uma possível ociosidade, LER é um dos melhores exercícios para manter o cérebro e as capacidades mentais em forma. Ajuda na percepção, memória, raciocínio. Que tal uma campanha para incentivar os filhos a darem livros como presentes para a terceira idade que precisa ter cuidado redobrado com o período de isolamento? Pode fazer um artigo, um post falando do que acontece com o nosso cérebro na hora em que a gente tá lendo um bom livro, ou o que ler tem a ver com a ativação de grandes áreas do córtex cerebral?! Vai mais uma aí: quer ser o mais inteligente da roda?! Leia mais! Ler reforça nossas habilidades sociais, reduz o estresse…
  3. Que tal o Post ou Artigo da reciprocidade? Em vez de fazer um texto só falando do seu livro, busque escritores parceiros para indicar mais um livro no mesmo texto. Fazemos isso muito na nossa agência, a imprensa e os leitores adoram. Abusem das listas “Cinco livros para você morrer de amor e chorar até o amanhecer”. E aí coloca o seu livro com o de outros escritores – conhecidos ou não. Quem você achar que merece (rs). Quando começarem a produzir textos com esse desprendimento, vão se tornar produtores de conteúdos e pautas que jamais imaginaram. Vão surgir tantas ideias que vai faltar até tempo para colocar em prática. Mas é isso, liste tudo e saia por aí produzindo esses CONTEÚDOS DO BEM que vão engajar e tem criatividade. Porque ninguém merece só ver post “meu livro tá gratuito, baixe aqui” – falo disso na próxima dica.
  4. Tá tudo bem se já fez vários posts com “meu e-book tá gratuito, baixe”. Nós aqui também fazemos várias vezes para anunciar as promoções. Mas o que quero dizer é para não ficar só nisso. Mais do que falar que tá gratuito, entregue VALOR no seu texto. Por que vale o meu tempo pra baixar o seu livro? O que eu vou encontrar na sua obra? Vai me entreter? Vai me ensinar? O que eu ganho se eu ler seu livro? Mas o que perco? Aprenda a provocar o seu leitor. É uma PROVAÇÃO DO BEM, vale. Só não fique falando para ele que tá toda hora de graça sem nem explicar o motivo. Ah, jogue limpo. Sabe aquela história “Tudo que é de graça, desconfie”?!. Então, é isso. Dê motivos e razões para lermos o seu livro. Diga que tá disponibilizando ele gratuitamente porque você quer que ele conheça a sua obra, seu jeito de escrever… Que é uma oportunidade. Quanto tempo que demorou para escrever o livro? Como foi o processo? Se você não der valor, ele também não dará e não vai baixar seu e-book nem de graça. Provoque-o, dê algo em troca.
  5.  Comportamento, autoajuda, negócios, política, espiritualidade. Se o gênero do seu livro se encaixa nessas categorias, aproveite, hein?! Nunca se discutiu tanto esses temas. Faça artigos, textos bem construídos. Engaje, leve conhecimento, leve sua experiência. É hora de você e seu livro aparecerem. Temos uma autora na agência que queria parar os trabalhos dela porque o livro dela é para área de recursos humanos, ela fala de mindset. Sabe o que eu fiz? Disse a ela que, se o planejamento não desse retorno agora, alongaríamos o mês de trabalho. Sabe o que tem acontecido? Entrevistas e pautas saindo da agência toda semana sobre economia criativa, sobre como pensar em novos negócios, trabalho em home office em tempos de Coronavírus. A lista é intensa. Muita gente optou por parar. Se você tem livro ou pretende lançar, aproveite. O momento de produzir “conteúdos criativos e do bem” é agora. Essa sim é uma forma genuína de você, escritor, deixar sua marca diferente nessa história que infelizmente tem uma imensa parte que vai nos deixar tristes marcas. Que a sua como escritor seja levar o que há de melhor para o próximo. Pense nisso. Suas dicas, ensinamentos podem mudar vidas e por que não “salvar vidas”?!
  6.  “Sou da ficção, onde fico???”. Calma lá. Na narrativa da imaginação há sempre um link com a vida real. Por mais distópica que seja a sua obra,  nas entrelinhas estão vários sentimentos, conflitos… Explore isso. Diga os benefícios da ficção para seus leitores, o trabalho do romancista e psicólogo Keith Oatley, da Universidade de Toronto, no Canadá, publicado na revista científica CellPress, intitulado: Fiction: Simulation of Social Worlds, pode nos ajudar no item: credibilidade do texto. Nesse trabalho ele concluiu que esse tipo de literatura ficional ajuda as pessoas a terem mais empatia e compreensão com os outros. Como dizem que Harry Potter ajuda a diminuir relações de preconceito. Na cabeça já vem vários livros que nos fazem pensar a trabalhar em tantas pautas contemporâneas. Veja quantos dilemas atuais da sociedade aparecem nas entrelinhas de vários livros de sucesso entre eles lembrei de: Como Admirável Mundo Novo, A revolução dos bichos, até o clássico Laranja Mecânica. Se o seu livro é inspirado também em outras obras, em outros temas, una, construa. Traga para o leitor essa aproximação. Ele ficará muito curioso para ler sua criação. E se puder, dê alguns trechos para ele degustar. Se você está entre os autores de romances, aproveita para falar das relações familiares, amorosas. A pegada é hot? Por que não entreter os casais ao tom do best seller 50 tons de cinza? Apesar de algumas críticas, foi esse livro que deu a porta de entrada para muitas mulheres que sequer tinham pego um livro na mão. Hoje tenho certeza que muitas delas migraram para outros tipos de livros. Temos de ser gratas a todo best seller que traz novos leitores pra gente.
  7.  “Poesia, pode?” Poesias, poemas, crônicas têm a liberdade de nos transportar para tantas reflexões. Ora podem nos fazer sorrir e numa velocidade nos calar. Se você é um POETA, seja aí um influenciador do bem. Em tempos de tanta #fakenews rodando nos grupos de WhatsApp, por que não sair espalhando seus áudios e vídeos por aí?! Use sim esse atual Marketing de Guerrilha. Entre para comunidades, crie. Para te inspirar, navegue pelas lindas páginas do Instagram de JL Amaral; Izabella de Macedo, Virgilio Magalde; Ricardo Coiro e claro, não podia faltar nessa breve indicação a best seller Rupi Kaur. Veja como abrir a sua poesia nesta rede social pode ser tão forte. Quem já ouviu do seu editor “poesia não vende” vai aqui ter um novo olhar (de sucesso!) sobre esse gênero que exige do escritor tanta criatividade, originalidade e domínio.

*Escritor, blogueiro, influenciador, jornalista, advogado, criança, se você ama livros, quer que ele sobreviva, você também pode ser um bom vendedor de sonhos, de livros.

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